sábado, 24 de setembro de 2011

Hérnia de disco I - Como isso acontece?

Podemos definir que Hérnia de disco é a projeção da parte central do disco intervertebral (o núcleo pulposo) para além de seus limites normais (a parte externa do disco, o anel fibroso).


Conceitos a parte a hérnia discal é um dos acometimentos que mais causa dores na coluna vetebral.
Mas afinal de contas, seria a hérnia de disco esse bicho de sete cabeças?
Antes de mais nada, devemos reconhecer a necessidade de uma avaliação criteriosa nos atendo ao raciocínio clínico convencional, porém dando um enfoque principalmente a localização da hérnia, o grau de extensão, o período correlacionando com o grau da inflamação para só assim estabeleceremos a estratégia a ser abordada, seja ela preventiva ou curativa.
Após atividades errôneas no nosso dia-dia teremos a perda de funções e movimentos específicos da musculatura da nossa coluna, isso acarretará microtraumas bem como déficit de controle motor e perda de estabilidade articular, deixando assim a coluna vertebral instavél, provocando assim a hérnia de disco durante um movimento abrupto qualquer.
Uma das principais consequências da hénia discal será a compressão de raiz nervosa, bem como do saco dural, isso ira gerar edema local, diminuindo o espaço para a passagem da raiz nervosa e aumentando ainda mais a inflamação.

            Como o disco é inervado pela parte externa por fibras do Sistema Nervoso Autônomo (SNA) teremos caracteristica de dor referida (normalmente difusa e espalhada), que ira evoluir para uma dor nervosa própriamente dita, com aumentando da pressão no forame ocorrerá a diminuição da troca de fluidos, gerando estase nervosa, aumentando ainda mais o edema/inflamação acarrentando então ainda mais dor, porém agora de característica irradiada (paciente relata dor na perna ou dor que caminha). Caso não haja movimento após a irritação do forame, irão se instalar as aderências, das principais aderências temos por exemplo a de duramater com ligamento longitudenal posterior.
Todo este mecanismo de estabelecerá devido ao mal gerenciamento das funções do nosso corpo, levando ao comprometimento das estruturas governadas por estas funções.
É fundamental salientar que quanto menor o estado da hérnia, melhor as possibilidades de pronto reestabelecimento.
Dizemos que hérnia de disco é na verdade uma combinação de fatores biomecânicos e fisiológicos, ocasionando a falta de qualidade na estabilização dos segmentos da coluna.

CONTINUA...

Enfim, Tudo é Fisioterapia.

Por Hugo Morais Bickel

sábado, 17 de setembro de 2011

Reeducação postural global associado à atividade física muscular


Sempre pergunto aos meus pacientes/alunos se conseguem compreender com clareza o que significa manter uma postura adequada, e mais, se sabem o que determina uma boa postura, e da forma mais simples também me respondem que simplesmente não conseguem se esforçar o suficiente para se manterem “retos”. Antes de qualquer coisa, eu explico: “...se fossemos retos, cairíamos tal qual uma vassoura reta em pé...”. Salve as brincadeiras, a verdade é que sempre associamos um erro de postura a nossa incapacidade de nos mantermos em um alinhamento postural adequado, o que podemos delicadamente dizer:  “..é uma verdade bem incompleta...”.
A postural mais próxima do normal é dada pela manutenção da sincronia adequada entre as funções musculares, o que conseqüentemente ira gerar uma ação mais estruturada e coordenada de outras estruturas não menos importantes como vértebras, ligamentos, tendões e outros. Essa coordenação adequada acarretara a manutenção também adequada do eixo de movimento das articulações do nosso corpo, o que chamamos de estabilidade. Logo, relembrando o conceito de Richardson, Hodges, Hides, (2004) concluímos que a falta de atenção aos grupamentos musculares estabilizadores ira causar uma estabilização inadequada durante os movimentos, o que conseqüentemente ira gerar uma disfunção postural.


Segundo O’SULLIVAN (2000), a conduta mais adequada em um tratamento postural, seria baseada no treinamento muscular específico. Então concluímos que é indispensável calcar a nossa conduta de avaliação na falha muscular, seja ela por falha de força, fraqueza, ativação, antecipação, etc.
Ficaria difícil então não pensarmos em um treinamento muscular específico direcionado a Reeducação Postural Global sem associarmos a atividade física muscular específica.
Existem várias abordagens relacionadas à atividade física muscular específica (o Pilates, a musculação, as atividades funcionais em geral)
Se estas atividades determinam uma boa postura? Com certeza não, mas creio que podem vir a determinar; desde que bem utilizadas dentro de uma conduta específica e individualizada, na verdade são técnicas que servem munição ao nosso arsenal, para o desenvolvimento cada vez mais gabaritado do nosso trabalho.


Se conseguirmos associar com criatividade as inúmeras abordagens relacionados a atividade física muscular com um bom trabalho do nosso sistema muscular estabilizador que preconize um reeducação motora dos tecidos, poderemos então fazer a ponte entre atividade física elaborada e atividade postural, fazendo a arte de ser humano pensante, saltar do racíocínio para a ação. Só assim faz sentido ter um corpo vivo!
Como podemos perceber não ha como não olharmos atividade física sem nos atermos a postura, porque o raciocínio clínico é sempre o mesmo. Logo,

Tudo é Fisioterapia.

Por Hugo Morais Bickel